O Brasil demorou a engrenar nesta terça-feira no Old Trafford, em Manchester, e contou um pouco com a sorte, mas mostrou superioridade contra a Coreia do Sul e, principalmente, poder de decisão. Acabou por fazer 3 a 0 na equipe oriental, e voltou à final olímpica no futebol masculino depois de 24 anos. Rômulo e Leandro Damião (duas vezes) marcaram os gols da Seleção que fez três gols em todas as partidas até agora.
A final será disputada em Wembley no próximo sábado contra o México, às 11h (de Brasília), com transmissão do Bandsports, que eliminou o Japão também nesta terça-feira. As duas seleções asiáticas disputam a medalha de bronze na sexta-feira no Millenium Stadium, em Cardiff, no País de Gales, às 15h45 (de Brasília).
O Jogo
No início, Neymar buscava muito jogo, principalmente do meio para a esquerda, mas sem ser tão aberto como costuma. Muito por causa do reforço de Alex Sandro por este lado, surpresa de Mano Menezes na escalação. Ele tirou Hulk, que cai pela direita, e adiantou um pouco o volante Rômulo pelo lado do atacante barrado, deixando Sandro mais plantado na frente da zaga.
Mas a Seleção demorou a achar seu jogo e as primeiras boas chances foram da Coreia. Ainda no início, bola na área do Brasil e uma verdadeira bagunça. Nam driblou como quis, e no rebote o goleiro Gabriel não saiu bem. No cruzamento, a defesa conseguiu tirar no sufoco.
Logo depois, mais perigo. Cruzamento de Ji, Gabriel volta a sair mal, Kim cabeceou de volta para a área, o atacante que botou lá dentro foi na jogada outra vez, e Thiago Silva tirou de qualquer forma. Dois minutos depois, novo chute do mesmo jogador, que foi perto.
Em seguida, nova besteira do goleiro. Deu a bola no pé de Ji, mas Thiago Silva foi um gigante e desarmou. O Brasil não conseguia trocar passes e estava recuado. Os poucos lances de perigo vinham de erros da Coreia ou jogadas individuais, como nas duas vezes em que Leandro Damião teve oportunidades, que não conseguiu concluir.
Mas pelo menos serviram para acordar o Brasil. A primeira chance veio com Sandro, que experimentou de longe, e quase que Damião aproveitou o rebote. A Seleção diminuiu o ímpeto dos rivais e começou a tocar a bola. Quando surgiu uma grande chance, saiu o gol. Jogada em velocidade, Oscar, quase da entrada da área, viu Rômulo entrar ao seu lado, e o volante recebeu para chutar no cantinho e abrir o placar já na reta final da etapa.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, a Coreia voltou tentando atacar e forçar o erro do Brasil. Juan tirou de forma atabalhoada no início, e pouco depois, Bokyung Kim caiu na área após dividida com Sandro, mas o árbitro mandou seguir. E a Seleção voltava a não conseguir tocar a bola. E assim como na etapa inicial, foi só conseguir fazer alguma jogada, que os gols apareceram.
Neymar e Marcelo invadiram a área em conjunto, o atacante foi à linha de fundo, tocou para trás, passou por Younggwon Kim, o lateral furou, e sobrou para Damião, que chutou com firmeza para aumentar o placar e dar segurança. E se o atacante do Internacional teve sorte neste lance, voltou a ter sete minutos depois.
Oscar recebeu de Neymar, que fez jogada na área, e tocou para dentro da área. A bola desviou e sobrou para Damião, que deu um bico providencial para fazer o terceiro gol do Brasil, e ultrapassar o senegalês Konaté na artilharia.
Daí para o fim, a Coreia entregou os pontos, e mais nada conseguiu fazer. O Brasil apenas cozinhou o jogo, e os jogadores já estavam se poupando para a decisão de sábado, que vai garantir uma medalha de ouro inédita, seja para quem for.
Voleibol Feminino
De questionado a favorita a medalha. A seleção brasileira feminina de vôlei mostrou que já deixou a péssima primeira fase olímpica para trás nesta terça-feira, ao bater a Rússia por 3 a 2, em um jogo eletrizante e cheio de viradas no placar. Com a vaga assegurada, o Brasil encara o Japão na semifinal, no duelo por uma vaga na disputa pelo bicampeonato olímpico.
De questionado a favorita a medalha. A seleção brasileira feminina de vôlei mostrou que já deixou a péssima primeira fase olímpica para trás nesta terça-feira, ao bater a Rússia por 3 a 2, em um jogo eletrizante e cheio de viradas no placar. Com a vaga assegurada, o Brasil encara o Japão na semifinal, no duelo por uma vaga na disputa pelo bicampeonato olímpico.
Com atuação exuberante de Sheilla no tie-break, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães acabou com a invencibilidade de cinco partidas das adversárias ao vencer por3 sets a 2, parciais de 24-26, 25-22, 19-25, 25-22 e 21-19.
De quebra, afugenta o ‘fantasma’ da eliminação de Atenas 2004. Naquela Olimpíada, o Brasil vencia o quarto set por 24 a 19 e desperdiçou os quatro match points. As russas ganharam a parcial e, depois, no tie break, eliminaram a seleção brasileira, por 3 sets a 2. Nas finais dos dois últimos Mundiais, em 2006 e 2010, ambas as edições no Japão, novas derrotas para as grandes rivais. Também por 3 sets a 2. Desta vez, porém, que lamentou foi a turma de Gamova.
Em Pequim 2008, as brasileiras venceram as russas por incontestáveis 3 sets a 0, mas a vitória veio na segunda rodada da fase de grupos e não numa disputa eliminatória. No Grand Prix 2011, em Macau (CHN), o Brasil venceu a Rússia na semifinal, por 3 sets a 0. A vitória de hoje, porém, teve um gosto especial.
O jogo
No primeiro set, o erro do Brasil logo no primeiro saque russo deu a impressão de que a equipe jogaria mal. Mas foi só impressão. Com uma boa defesa, a Seleção teve dificuldade para converter os ataques no início da parcial, porém, aos poucos as jogadoras se tranquilizaram e o placar ficou empatado em 8 a 8.
Como acontece normalmente nos confrontos contra as russas, as brasileiras sofriam para bloquear a gigante Gamova (2,02m). Mas com a defesa muito bem no jogo, principalmente com a líbero Fabi, o Brasil conseguia defender os ataques da rival. Com isso, a Seleção virou e colocou dois pontos de vantagem até as russas empatarem em 15 a 15.
A partida seguiu equilibrada, mas o Brasil desperdiçava mais contra-ataques. Num grande rali, em que terminou com a virada da Rússia para 19 a 18, Sheilla teve três oportunidades para virar e não conseguiu. Com a entrada de Fernandinha e Tandara, o Brasil se recuperou e o duelo ficou empatado até as russas fecharem em erro de Sheilla: 26 a 24.
O equilíbrio continuou no segundo set. A defesa brasileira seguia muito bem posicionada, mas a equipe do técnico José Roberto Guimarães precisava ser mais efetiva nos contra-ataques. Mesmo assim o Brasil foi para o primeiro tempo técnico do set vencendo por 8 a 5.
Também com boa defesa, a Rússia tentou uma reação mas, após outro grande rali, Fernanda Garay virou um belo ataque: 10 a 7. Em seguida, com boas defesas e erros das russas, o Brasil abriu 13 a 7. Com uma melhora considerável no bloqueio, a Seleção começou a parar o ataque adversário e fez 16 a 9.
Após queda de rendimento, as russas reagiram e encostaram no placar: 19 a 17. Depois de ótimo ataque de Sheilla, a central Fabiana conseguiu um ace e o Brasil respirou no set: 21 a 17. O placar chegou a 24 a 19, que não trazia boas lembranças para as brasileiras, a Rússia encostou, mas a Seleção fechou em 25 a 22.
Com a levantadora Dani Lins fazendo uma boa partida, o Brasil abriu 3 a 0 no início do terceiro set, mas deixou a Rússia reagir. A Seleção, no entanto, retomou a liderança até as adversárias empatarem em 11 a 11. Com erros consecutivos da equipe brasileira, as russas viraram a abriram boa vantagem: 15 a 12.
A Rússia se aproveitou da distância no placar, administrou bem a diferença e fez 24 a 19. Em belo bloqueio, fecharam a parcial em 25 a 19.
No quarto set, em erros do Brasil, as russas abriram 3 a 0. A Seleção caiu de rendimento e a Rússia aumentou a vantagem para quatro pontos. Mas a equipe brasileira soube mante a tranquilidade para reagir e virar para 11 a 9 após o tempo técnico do set. Com erros de ambos os lados, as duas seleções passaram a se alternar na dianteira do placar até o Brasil liderar até 19 a 19.
Com bom volume de jogo, menos erros no ataque e bloqueios, as brasileiras abriram 22 a 19. Sem errar, e mantendo a tranquilidade, o Brasil fechou o set em 25 a 22 após excelente bloqueio.
No tie break, o Brasil 2 a 0, mas o duelo seguiu equilibrado. Com extrema frieza, algo raro na equipe brasileira, a vantagem de dois pontos foi mantida até a Seleção fazer 10 a 7. A Rússia, no entanto, reagiu. O Brasil poderia ter aberto 12 a 10, mas a arbitragem marcou bola fora em ataque de Garay que foi nitidamente dentro. Mas a Seleção não se abalou e fez 13 a 10. As russas, novamente, reagiram e empataram em 13 a 13. Logo depois, Fabiana atacou para fora: Rússia 14 a 13.
Em ataque de Sheilla, Brasil empatou em 14 a 14. A seguir, a Seleção desperdiçou boas chances e Rússia fez 15 a 14. Sheilla novamente: 15 a 15. Em bloqueio para fora, as russas fazem 16 a 15. Sheilla, de novo, 16 a 16. Sokolova faz 17 a 16. Thaisa empata mais uma vez: 17 a 17. Em outro bloqueio para fora, Rússia faz 18 a 17. Sheilla, a melhor em quadra, empata tudo de novo: 18 a 18. As russas ficaram na frente novamente: 19 a 18.
Depois, só deu Brasil: Sheilla empatou mais uma vez em 19 a 19. Em saque colocado de Garay, Brasil faz 20 a 19. Na sequência, Garay repetiu o saque venenoso, e atrapalhou a recepção russa. A bola voltou fácil e Fabiana fechou em 21 a 19.
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